A Reforma Protestante

INTRODUÇÃO

A Reforma Protestante surgiu na Alemanha em razão dos protestos contra os ensinos e as práticas da igreja católica durante o século XVI tendo como principal figura Martinho Lutero. Inicialmente essa reforma causou transformações no campo da religião, mas logo causou também mudanças na política, cultura e sociedade da época (SANTOS, 2012).

Ribeiro (2013) afirma que a Reforma Protestante foi fruto de uma convergência de fatores religiosos, teóricos, políticos, econômicos e culturais que permitiram seu surgimento e adesão na Alemanha. O contexto econômico e religioso da Alemanha no início do século XVI motivaram os primeiros protestos que iniciaram a Reforma Protestante, Valentin (2010) ilustra o contexto da época:

A situação religiosa e econômica da Alemanha no início do século XVI era crítica. A alta carga de impostos e a interferência dos papas em assuntos religiosos e políticos eram consideradas opressivas. A administração dos negócios da Igreja, sob o comando papal, era marcada por conflitos e altamente onerosa. O clero recebia duras críticas em virtude do mau exemplo. (VALENTIN, 2010, p. 61).

Segundo Santos Júnior e Rosa (2016, p. 236) a Reforma Protestante serviu de apoio para diversos fatos que aconteceram e continuam a acontecer, como por exemplo “[…] o surgimento de novas denominações cristãs e o rompimento, em diversos países, da política com o clero romano”. Gomes e Lages (2017, p. 947) devido a suas ideias e movimentos Martinho Lutero entrou em conflito com a igreja católica e foi excomungado, e que seu objetivo com a Reforma Protestante era “[…] simplesmente reformar a igreja a partir de uma nova interpretação da Bíblia, uma interpretação humanista das Escrituras. “.

Como foi possível observar a Reforma Protestante foi um movimento diretamente ligado à religião e à igreja, mas teve também fatores políticos e econômicos envolvidos. Assim o presente trabalho procura investigar o surgimento da Igreja como também as motivações, finalidades e reflexos da Reforma Protestante. Sendo assim, o tema justifica-se pela sua importância, para a sociedade e para o âmbito acadêmico teológico, contribuindo como estudo para futuras pesquisas.

Portanto, o objetivo do presente trabalho é analisar os impactos da reforma protestante na Igreja atualmente, essencialmente na religião no cristianismo protestante. Para tanto, se baseia em uma revisão bibliográfica, de metodologia qualitativa, com foco no caráter subjetivo da bibliografia analisada, por uma pesquisa literária.

A FORMAÇÃO DA IGREJA: PROPÓSITO E TRAJETÓRIA

Segundo Silva (2008) a palavra “Igreja” pode ser interpretada em três sentidos diferentes: 1) Igreja como instituição; 2) Igreja como Assembleia do povo; e 3) Igreja como Edificação. A igreja como Instituição consiste em organizações de entidades religiosas que tem como objetivo professar a palavra de Deus através de uma doutrina. Alguns exemplos de instituições religiosas são a Igreja Católica, a Igreja Ortodoxa, etc (SILVA, 2008).

De acordo com o Hebreus 10:25 a vida em fé não deve ser vivida em isolamento, de forma que deve ser vivida através da igreja, sendo assim: “não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo o costume de alguns, mas procuremos encorajar-nos uns aos outros, ainda mais quando vocês veem que se aproxima o Dia”, da mesma forma, em 1 Coríntios 12:27, afirma que a Igreja é o corpo de Cristo, “Ora, vós sois o corpo de Cristo e seus membros em particular”.

Assim, a igreja como Assembleia do Povo refere-se a conjuntos de pessoas cristãs que se reuniam para ouvir os ensinamentos de Jesus e os Apóstolos. Por fim, a Igreja como Edificação trata-se da construção, ou seja, do edifício aonde ocorrem as cerimônias religiosas (SILVA, 2008). Para Hurlbut (1933) a Igreja, em todas as épocas (passado, presente e futuro), é formada por todos que creem em Jesus Cristo, o obedecem e o aceitam como seu salvador.

Coutinho (2018), por sua vez, afirma que a Igreja é a implantação do Reino de Deus e, ao ser instituída, possui todo o poder e autoridade desse reino.

A Igreja, então, vem e se apresenta, não como mais uma religião criada, nem como mais um grupo que se reúne para estudar alguns assuntos religiosos, mas para manifestar com autoridade a presença do Reino de Deus na Terra. Então, a Igreja é a agência de implantação do Reino e, por isso, Reino e Igreja são a mesma coisa. Porque não existe Igreja sem o Reino de Deus (pelo menos não deveria existir), e não existe Reino de Deus à parte da Igreja (COUTINHO, 2018, s. p.).

Quanto à sua finalidade, segundo Sanson Júnior (2017, p. 154), a Igreja tem a função de intermediar “[…] o nexo entre a causa (Jesus) e o efeito (Reino), pelo fato (bíblico, histórico e existencial)”. Sobre sua origem Silva (2008, p. 4) relata que se acredita que ela tenha sido fundada há aproximadamente dois mil anos atrás por Jesus Cristo “[…] tornando-se este a entidade suprema e representante de toda a Igreja. “

Segundo Hurlbut (1933) a história da Igreja se divide em seis períodos gerais, sendo eles: 1) A Igreja apostólica, que vai da ascensão de Cristo à morte de João; 2) A Igreja Perseguida, iniciada após a morte de João e finalizada com o Edito de Constatino; 3) A Igreja Imperial, do Edito de Constantino até a Queda de Roma; 4) A Igreja Medieval, após a queda de Roma e até a queda de Constantinopla, 1453; 5) A Igreja Reformada, que vai da queda de Constantinopla, 1453 até o fim da Guerra dos Trinta Anos, 1648; e 6) A Igreja Moderna, do fim da Guerra dos Trinta Anos, 1648 até o século XX.

O primeiro período denominado Igreja Apostólica refere-se ao período de criação da Igreja, como já foi discutido. Já o segundo período, denominado Igreja Perseguida refere-se ao período em que a Igreja foi perseguida pelo Império Romano. Segundo Silva (2008, p. 4): […]os cristãos foram perseguidos durante três séculos, pois a sua religião era vista como uma ofensa ao Estado em que os fiéis deixaram de prestar culto religioso ao Imperador. “.

Entretanto, no século IV esse cenário muda e o império romano passa a aceitar o cristianismo que se torna a religião oficial do Estado (SOUZA, 2008). Esse período de aceitação fez com que a igreja passasse do período de Igreja Perseguida para o período da Igreja Imperial, e possibilitou a fundação de nações cristãs no lugar de nações pagãs na Europa (HURLBUT, 1933). Nesse período ocorreu também uma divisão na Igreja, como explica Souza (2008):

Por volta de 1054 ocorreu a primeira grande divisão dentro da Igreja (o “Grande Cisma”), separando-a em Igreja Católica Ocidental e Igreja Ortodoxa Oriental. Quando a capital do Império deixou de ser Roma e passou a ser Constantinopla, o estatuto e autoridade do Papa (Bispo de Roma) começaram a ser questionados fazendo com que a sua influência e intervenção nos assuntos do Estado diminuísse, daí ocorrer uma série de disputas doutrinárias que levaram a esta separação (SOUZA, 2008, p. 4).

Com a queda de Roma iniciou o período da Idade Média, assim a Igreja passou para seu quarto período, denominado Igreja Medieval. A Idade Média foi marcada por um início conturbado aonde a Europa possuía muitos povos sem governo e leis, mas que aos poucos foi se reorganizando em reinos, e o bispo de Roma procurava dominar não só a Igreja, mas também todo os outros aspectos dos reinos (HURLBUT, 1933).

Esse comportamento por parte do clero fez com que a Igreja entrasse em desprestígio, segundo Souza (2008, p. 5) cristãos sentiam-se angustiados e revoltados com a situação religiosa que se vivia na época: o abuso excessivo do clero que estava mais interessado no próprio enriquecimento material do que na orientação espiritual dos fiéis, e foi a partir desse contexto que surgiu a Reforma Protestante.

Diante da Reforma Protestante, “que defendia que a salvação é alcançada através da fé em Deus e não através das boas ações, e que o perdão não se pode comprar” (SILVA, 2008, p. 5), a Igreja Católica insere a Contra-Reforma, que tinha como objetivos principais reviver a fé dos fiéis católicos e reavaliar os princípios católicos, assim esse período da Igreja foi denominado como A Igreja Reformada.

Segundo Souza (2008), apesar dos esforços com a Contra-Reforma, a Igreja Católica não conseguiu parar a Reforma Protestante, dando assim início a várias outras religiões ao longo do século. Por fim o período denominado Igreja Moderna foi marcado pelo século XX e segue até os dias atuais.

Atualmente, a Igreja Católica segue as regras do Concílio do Vaticano II (1965) que estabeleceu um programa de renovação da Igreja e, apesar das várias formas que incorporou e os diversos pressupostos que assumiu, esta continua a ser a maior e mais antiga instituição religiosa em todo o mundo (SOUZA, 2008, p. 5).

Através dessa revisão foi possível compreender os propósitos da Igreja, que tinha como o objetivo espalhar o Cristianismo, e sua trajetória desde seu surgimento a dois mil anos atrás até os dias atuais, passando por todos os seus períodos, desde sua instauração, passando pela perseguição e posteriormente protestos e reformas, até atualmente, aonde se consolidou como a maior instituição religiosa do mundo, como também a mais antiga.

MOTIVAÇÕES DA REFORMA PROTESTANTE

A presente seção procura investigar os motivos que levaram à Reforma Protestante. Para compreender esse movimento é importante ilustrar qual era o cenário da época em que tal acontecimento se desenvolveu. Segundo Gomes (2017) alguns acontecimentos relevantes da Idade Média foram as Grandes Navegações, o Absolutismo, o Iluminismo, Renascimento, e todos esses contribuíram para a Reforma Protestante, uma vez que a sociedade da época passou por muitas mudanças ideológicas e práticas diante de tudo o que estava se desenrolando no contexto da época.

Podemos citar as Grandes Navegações, que tornou possível a descoberta de outra parte do mundo que até então era desconhecida – a descoberta do Novo Mundo, o mundo passou a ser maior em extensão geográfica. Assim, o mundo não se limitava somente à Europa, e com isso, através de descobertas territoriais iniciaram-se as relações entre metrópole e colônia, tais como: Pacto Colonial, Metalismo, Balança Comercial e Monopólios comerciais. A economia também sofreu grandes alterações com a passagem do feudalismo para o capitalismo. O Renascimento também marcou a passagem para a era Moderna. No âmbito religioso também ocorreram transformações, mudando a forma das pessoas olharem para a Igreja, pois durante a Idade Média a Igreja gozava de grande prestígio, poder sobre as pessoas e inclusive sobre o Estado (GOMES, 2017, p. 275).

Martinho Lutero é conhecido como o líder da Reforma Protestante, entretanto considera-se que o movimento começa com os chamados pré-reformistas, pensadores que influenciados pelo Renascimento, começaram a refletir sobre diversas questões de sua realidade, inclusive sobre a Igreja e seu papel (VALENTIN, 2010). Alguns dos principais pensadores pré-reformistas foram Jonh Wicliff, Jonh Huss, Filipe Melanchthon e Erasmo de Roterdão, que, influenciados pelo movimento humanista, opunham-se a alguns preceitos e dogmas do catolicismo (VALENTIN, 2010).

Para Gomes (2017, p. 277) o Renascimento foi um dos principais motivadores da Reforma Protestante uma vez que “influenciou essa reforma, pois com ele vieram muitas transformações, novas formas de pensamento com pessoas mais críticas, o conhecimento mais difundido na sociedade”. O Renascimento deu espaço para o movimento humanista, que ofereceu uma nova forma de pensar, nela “O homem é posto no centro das atenções e o pensamento científico começa a questionar algumas afirmações vigentes até então, inclusive religiosas. ” (VALENTIN, 2010, p. 63).

Isso justifica a oposição que esses pensadores passaram ter diante da Igreja Católica, surgindo assim a necessidade de uma nova religião, que fosse mais sensível que o catolicismo. Essa necessidade vinha do fato de que a Igreja Católica possuía forte influência na Europa, dominando governantes e outras figuras políticas de alto escalão, além disso o poder Papal era absoluto e inquestionável e em troca desse poderoso apoio reis e governantes dispensavam grande auxílio financeiro à Igreja Católica (SANTOS JÚNIOR E ROSA, 2016).

Segundo Gomes (2017) a Igreja Católica estava presente em todas as camadas sociais, principalmente nas camadas mais altas e ricas, e era detentora não só de terras e riquezas, mas também do conhecimento, uma vez que tinha poder também sob as bibliotecas e as monopolizava, mantendo o conhecimento apenas para si, ademais a Igreja tornou-se fonte de enriquecimento por conta dos altos tributos, haja vista que a constituição do clero era na maioria de pessoas ricas. (GOMES, 2017).

Com o poder que a Igreja Católica possuía os padres, bispos e papas passaram a se afastar dos princípios cristãos como simplicidade, solidariedade e honestidade, “Se mantendo no luxo, criando estratégias mais variadas possíveis, desde a comercialização de cargos eclesiásticos e relíquias, até a venda de indulgências. ” (LIMA, 2017, p. 1).

A venda de indulgências consistia em prometer o perdão dos pecados de um fiel com base no dinheiro em que este somava na compra da indulgência, quanto mais dinheiro mais pecados “perdoados”, e a Igreja se aproveitava dessas vendas para arrecadar recursos e acumular bens (LIMA, 2017; RIBEIRO, 2013).

Ribeiro (2013) aponta que a crise moral do clero foi um grande motivo que deu o pontapé inicial na Reforma Protestante. Alguns dos fatores que levaram à decadência moral do clero foram o alto clero que vivia uma vida luxuosa e regrada de bens materiais, e passaram a não celebrar mais as missas; o fato da Igreja proibir casamento entre parentes mas permitir a união mediante a um pagamento; altos impostos cobrados com a finalidade de sustentar as cortes papais; subornos; e o fato de que, mesmo que a Igreja exigisse o celibato dos sacerdotes, estes não cumpriam essa exigência e mantinham concubinas (MARTINA, 2008 e CAIRNS, 2008 APUD RIBEIRO, 2013).

Gomes (2017) também expõe a corrupção dentro da Igreja Católica como um dos principais motivos da reforma:

Outro fator que influenciou a Reforma Protestante foi a corrupção que se espalhou dentro do seio da Igreja Católica, que contaminou por completo o clero nos tempos que antecederam à Reforma. A corrupção foi tamanha que chegou até o papado, com destaque para alguns excessos e exageros: o abuso da posição enquanto Igreja, corrupção moral, venda de cargos eclesiásticos que ocasionavam em grande parte do clero pessoas despreparadas para exercerem tal função, desrespeito ao celibato e condutas imorais por parte do clero e padres dotados de mentes mundanas corrompendo suas posições (GOMES, 2017, p. 277).

Esse comportamento da Igreja Católica pode ser considerado como um dos principais motivos que despertou questionamentos e inspirou a Reforma Protestante. As camadas sociais mais baixas eram muito afetadas e segundo Ribeiro (2013, p. 10) “a indignação dos populares diante de um cenário opressor que se apropriava de um discurso religioso para legitimar suas injustiças, contribuiu para que a reforma fosse vista com bons olhos pelas camadas marginalizadas”.

Dessa forma, no dia 31 de outubro de 1517, Martinho Lutero fixou na porta da igreja do castelo de Wittenberg suas 95 teses criticando a venda de indulgências como também diversos outros pontos da Igreja Católica, propondo uma reforma, e marcando o início da Reforma Protestante (SANTOS JÚNIOR E ROSA, 2016). Mas além dos fatores religiosos que motivaram a Reforma Protestante houveram também motivos políticos e econômicos, que fortaleceram a reforma. Segundo Ribeiro (2013) apesar de não serem motivos imediatos, os fatores políticos e econômicos tornaram-se importante para a adesão e consolidação da reforma.

Politicamente falando, com o surgimento das nações-estados veio uma forte oposição ao poder do clero, isso porque as classes mais altas da sociedade mostravam insatisfação com o envio de dinheiro estatal ou de seus próprios patrimônios para os tesouros papais. Existia também o descontentamento da monarquia, que não concordavam com a divisão de soberania, que obrigava os súditos a declararem obediência não só a eles como também ao papa (CAIRNS, 2008 apud RIBEIRO, 2008).

A Igreja também entrou em conflito com os interesses da burguesia, que segundo Lima (2017) era a mais nova e influente fração social do cenário, ao condenar o acúmulo de capital dos burgueses enquanto acumulavam suas próprias riquezas:

[…] os burgueses não encontravam respaldo às suas atividades no discurso da Igreja Cristã que, tendo enriquecido dentro de uma lógica feudal, critica severamente a acumulação de dinheiro, os empréstimos a juros, a obtenção de lucro. Tudo isto era classificado como pecado. Assim, ao enquadrar o lucro como pecaminoso a igreja ganhou um poderoso inimigo, o burguês. As mudanças oriundas desta insatisfação geraram uma nova configuração do universo religioso, moldados pela necessidade de se ajustar aos avanços dos interesses burgueses. (LIMA, 2017, p. 2).

Através dessa seção foi possível constatar que a maior motivação da Reforma Protestante foi o cenário religioso que tinha a Igreja Católica como detentora de muitos poderes e que praticava muita corrupção. Além disso a reforma foi fortalecida pelo Renascimento, que instigava o pensamento crítico, como também por motivos políticos e econômicos, que facilitaram a adesão à reforma.

A FINALIDADE DA REFORMA PROTESTANTE E OS IMPACTOS À EPOCA

Como foi possível observar a Reforma Protestante foi motivada por fatores políticos, econômicos e principalmente religiosos. Assim sua finalidade também envolve esses fatores, principalmente o religioso.

Ao divulgar as 95 teses Lutero objetivava a reforma do catolicismo, pois acreditava que este havia se perdido em sua caminhada e não seguia as leis de Deus”. O pensador preocupava-se com o teor teológico que tratava da salvação dos fiéis no catolicismo, isso porque, para ele, “a Igreja não estava preocupada com o que deveria ser seu principal objetivo”, criticado claramente a postura da Igreja Católica de vender a “salvação” para seus fiéis (LIENHARD, 2005 apud VALENTIN 2010).

Segundo Gomes (2018, p. 276) a Reforma Protestante visava “uma tentativa de retorno aos padrões e preceitos bíblicos constantes no Novo Testamento” através da proposta de Lutero para revisar e discutir a teologia das’ indulgências e os abusos acometidos pela Igreja Católica ao longo dos séculos. Para Gomes e Lages (2017, p. 942) a Reforma Protestante tinha a finalidade de se opor ao catolicismo romano “rejeitando a autoridade do Papa, a missa, a confissão e o culto dos santos”, e criando o Protestantismo, que por sua vez seguia a autoridade da Bíblia e do Espirito Santo.

Segundo Valetin (2010) a reforma possibilitou a criação do Protestantismo como uma nova religião, e a explica:

Deus age em favor do homem e de sua salvação pelo envio de seu Filho, Jesus Cristo, para ser o Salvador da humanidade. O homem tinha de corresponder à ação de Deus pela fé em Cristo, e só pela fé. Isto é, tinha de colocar sua vida, em entrega livre e voluntária, sob a supremacia de Jesus. A Bíblia contém as informações para guiar e conduzir o cristão. Ela é entendida como agência mediadora da autoridade de Deus. Essas duas crenças, usualmente mencionadas como “justificação pela fé” e “Escrituras como regra de fé e prática”, eram a estrutura fundamental do protestantismo. O homem, em sua liberdade, tinha de renunciar a toda crença na autoridade externa, fosse ela estabelecida na tradição ou história, ou elaborada pela mente ou pelo espírito de cada um; tinha de crer unicamente em Cristo (DUNSTAN, 1964, p. 62 apud VALENTIN, 2010, p. 62).

No âmbito político a monarquia viu na reforma protestante a finalidade de romper suas relações com a Igreja Católica, que possuía muito poder político na época. Conforme Kirchhof (2017, p. 7) “[…] Com a revolução que Lutero propunha no pensamento social, príncipes alemães viram que tal movimento poderia lhes ajudar na conquista de sua independência religiosa”.

Outra finalidade da reforma foi com respeito a educação. Como já mencionado por Gomes (2017) a Igreja tinha posse das bibliotecas, e sendo assim, tinham posse do conhecimento, por isso o acesso à educação e ao conhecimento era restrito ao clero e às camadas mais altas da sociedade. Lutero visava uma educação acessível ao povo, uma vez que o protestantismo objetivava seguir os ensinamentos da Bíblia, por isso:

Em decorrência dos princípios da Reforma, há uma ênfase na obrigação à leitura, compreensão e a interpretação da Bíblia. Assim, era fundamental oferecer instrução às pessoas. Com essa ideia tomando espaço, começa a surgir a necessidade de uma educação geral e mais abrangente, já que todos deveriam ler as Sagradas Escrituras, sem distinção e discriminação, para poderem buscar a Deus em suas palavras (VALENTIN, 2010, p. 65).

Ainda sobre a educação e o acesso ao conhecimento, a reforma possibilitou a tradução da Bíblia, que acabou se tornando o livro mais lido na Europa no século XVII graças a sua tradução, assim “Todo distanciamento imposto pelo catolicismo acaba, e o cidadão a partir da tradução das Escrituras, passa a ter viabilidade de interpretação individual de sua fé.” (VALENTIN, 2010, p. 66). Através da tradução a relação das pessoas com as Escrituras mudou, pois agora podiam fazer suas próprias reflexões acerca dos textos (LEMOS E ALVES, 2013).

Mas não foi só o cenário da educação e a relação com a Bíblia que mudou com a reforma. Vários outros aspectos impactaram a sociedade da época após a reforma protestante.

Um dos principais impactos da Reforma Protestante foi o modo como as pessoas passaram a lidar com a religiosidade. Isso porque os reformistas desenvolveram as bases fundamentais da religião baseando-se nas reflexões de Lutero. Assim foram desenvolvidas cinco bases principais, denominadas de solas, sendo elas: Sola Scriptura, Solus Christus, Sola Gratia, Sola Fides, Soli Deo Gloria (SANTOS JÚNIOR E ROSA, 2016)

A Sola Scriptura é a base que afirma que a Bíblia é a única regra de fé necessária e capaz de guiar o fiel e reforça que nenhum ser humano é capaz de falar por deus, mudando assim a relação entre fiel e sagrado, uma vez que tanto o camponês quanto o papa ocupam o mesmo patamar diante desse princípio. O princípio Solus Christus afirmava que apenas Cristo pode salvar o fiel, quebrando assim a autoridade que a Igreja Católica impunha de que decretos papais poderiam salvá-los e fazendo com que santos e beatos perdessem seu significado (LEMOS; ALVES, 2013).

O terceiro princípio denominado Sola Gratia refere-se à salvação da humanidade, e afirmava que apenas a graça de Deus é a salvação, e as indulgências, penitencias e sacrifícios pregados pela Igreja Católica não podem fazer o mesmo. Dessa maneira esse princípio libertava os fiéis das obrigações impostas pelo catolicismo. Assim como o terceiro princípio, o quarto, denominado Sola Fides, reforçava a ideia de que apenas a fé do fiel pode salvá-lo e que a graça de Deus se manifesta pela fé, e não através da intervenção humana, tais como indulgencias e as penitências (SANTOS JÚNIOR E ROSA, 2016).

Por fim o princípio Soli Deo Gloria se opunha fortemente ao catolicismo que impunha devoção a santos canonizados pelo papa, e afirmava que o fiel deve devoção e adoração apenas a Deus. Assim, segundo Santos Júnior e Rosa (2016), esses princípios foram importantes pois, graças a Reforma Protestante, mudaram a forma como o fiel se relacionava com o divino

Segundo Lemos e Alves (2013, p.157) as ideias de Lutero e da Reforma Protestante foram facilmente aceitas pelos camponeses e moldaram suas opiniões, além de fundamentar antigas reivindicações, “Questionou-se, então, o porquê da manutenção da obrigação de dar dízimos. Os homens simples do campo entenderam que aquela era uma oportunidade de transformação de suas próprias vidas”. A dinâmica religiosa também mudou e agora nobres, camponeses, cavaleiros, todos passaram a partilhar os elementos sagrados de comunhão da Ceia, além disso, no momento de culto as pessoas se sentiam livres para manifestarem sua adoração de suas próprias maneiras, o que abriu espaço para uma variedade de organizações de missas (LEMOS E ALVES, 2013).

Ainda sobre a religião, Santos Júnior e Rosa (2016, p. 250) afirmam que com a reforma protestante “surgiram diversas igrejas oriundas da Reforma Protestante, com diversos modos de relacionarem-se com Deus, o que deu um novo rosto ao cristianismo”. A reforma impactou também a Igreja Católica, que vendo os protestos e críticas direcionados a ela precisou de manifestar e rapidamente desenvolveu a chamada Contrarreforma, como forma de evitar perder seus fiéis e convencê-los a se manterem na igreja (GOMES E LAGES, 2017).

A reforma protestante também impactou a Igreja Católica ao quebrar seu monopólio espiritual, responsável pela intolerância religiosa e pela opressão de outras ciências seculares, pois abriu espaço para a liberdade espiritual e o desenvolvimento de novas religiões cristãs. A vida política dos europeus também sofreu mudanças após a reforma, assim “Cada reino, província, território determinava sua fé, criando um imenso mosaico de influência religiosa. ” (LEMOS E ALVES, 2013).

De forma geral, a Reforma Protestante permitiu a renovação do cristianismo, e Lemos e Alves (2013, p. 161) argumentam “Num mundo mutante a religião não poderia permanecer estagnada. “. Para Lemos e Alves (2013) a reforma permitiu que uma nova sociedade se moldasse:

Num mundo de expansões territoriais, comerciais, culturais, científicas, etc., a religião cristã teve seu viés na doutrina do sacerdócio universal. Lutero foi expressão religiosa das mudanças que toda a sociedade européia vivia. Sobre os escombros do mundo feudal, ergueram-se novos pilares e uma nova sociedade foi preparada pelo espírito inquieto do ser humano (LEMOS E ALVES, 2013, p. 161).

Dessa forma, através dessa seção, foi possível compreender como a Reforma Protestante impactou as relações entre fiel e divino, as hierarquias dentro da religião, os modos de se praticar a religiosidade, o leque de religiões cristãs, a educação e a política da época.

OS REFLEXOS DA REFORMA PROTESTANTE

Os maiores reflexos da Reforma Protestante nos tempos atuais se concentram principalmente no campo da religião e da educação. Na religião é possível observar que os princípios protestantes deram início a diversas religiões cristãs presentes nos diais atuais, tais como as igrejas Batista, Anglicana, Puritana, Metodista e Adventista, cada um com sua própria visão da doutrina bíblica (SANTOS JÚNIOR E ROSA, 2016).

A evangelização através de sermões de Lutero e suas publicações denominadas “Grande Catecismo”, direcionada aos adultos, e o “Pequeno Catecismo”, para as crianças, deram origem ao que hoje são as chamadas Escolas Dominicais, presentes em grande parte das igrejas evangélicas da atualidade (LEMOS E ALVES, 2013).

A Reforma Protestante também influenciou mudanças econômicas na modernidade, segundo Arsego (2008):

A maior vitória alcançada pela Reforma foi o simples fato de que logo de início lançou a idéia e assim as discussões e contestações que contrastavam com o pensamento católico, passando a valorizar a bonificação religiosa pelo trabalho, tornando-o importante do ponto de vista religioso, importante para Deus. Grande parte das diferenças e evoluções econômicas que temos hoje é graças a movimentos religiosos, embora não sejam obras só deles, é claro, mas em muito contribuíram para termos a sociedade com a organização que conhecemos hoje (ARSEGO, 2008, p. 17).

O protestantismo permitiu que o sistema econômico capitalista se desenvolvesse, e graças as pregações dessa religião a população passou a criar hábitos que possibilitaram o crescimento e aprimoramento desse sistema. Isso porque, contrário ao catolicismo que condenava o acumulo de bens e riquezas, o protestantismo acreditava na salvação através do trabalho e que a riqueza não é pecado, assim, para os seguidores do protestantismo acreditar que “trabalhar como o objetivo de crescer e enriquecer são agradáveis aos olhos de Deus, colaborou em muito para que o capitalismo se desenvolvesse” (ARSEGO, 2008, p. 51). É possível observar que países que historicamente foram protestantes hoje são países ricos (ARSEGO, 2008).

Assim, após a reforma protestante foi possível constatar que as diferentes religiões podem mudar o cenário econômico dos países, de acordo com Arsego (2008, p. 44) “As relações são diferentes, porque os meios são diferentes, a vida hoje é diferente e até mesmo os objetivos são diferentes”. A reforma protestante também influenciou o pensamento filosófico moderno, segundo Santos Junior e Rosa (2016) no desenvolvimento da filosofia a sua influência foi decisiva, especialmente na filosofia alemã, bem como, na francesa, inglesa, americana e italiana; em poucas palavras em toda a filosofia moderna.

Outro reflexo interessante da Reforma Protestante foi a popularização do livro pois, graças a imprensa tipográfica, desenvolvida na Idade Média, que possibilitou livro impresso, instrumento que os reformistas passaram a utilizar para difundir suas ideias e escritos, colaborando assim para a popularização do livro, dessa forma, “[…] A quantidade de impressões e circulação destas obras no século XVI, é um fator importante para a contribuição e popularização do livro impresso” (SANTOS, 2012, p. 44).

Um dos reflexos mais notáveis da reforma protestante nos dias atuais foi da educação. Como já visto anteriormente o protestantismo preocupava-se com a educação e causou diversas transformações nessa área. Segundo Campos (2000) apud Ribeiro (2010) a influência da Reforma Protestante no desenvolvimento educacional é inegável, uma vez que ela incentivou o impulso das ciências humanas e tecnologias e colaborou para a criação de diversas universidades reconhecidas mundialmente até os dias atuais, como por exemplo as universidades e Oxford e Cambridge, na Inglaterra, e Harvard e Yale, nos Estados Unidos.

Freitas e Castilho (2015, p. 192) afirmam que alguns dos reflexos da Reforma Protestante na educação são o ensino público, o acesso ao conhecimento pelos desfavorecidos, a ampliação da atuação da escola na formação individual e social etc. As ideias de Lutero foram importantes para a educação pois foram responsáveis pela criação da escola moderna:

Lutero além de traduzir a Bíblia para o alemão é associado ao surgimento do sistema de ensino público que serviu de modelo para a origem da escola moderna no Ocidente. A ideia da escola pública e para todos, organizada em três grandes ciclos como conhecemos hoje (fundamental, médio e superior) nasceu do projeto educacional de Lutero. Foi dele também a ideia de que a educação deveria ser criada e mantida pelo estado e não mais pela Igreja, como tinha sido até aquele momento. (SANTOS, 2012, p. 60).

Assim, é possível constatar que as transformações causadas na educação após a Reforma Protestante refletem nos modelos educacionais atuais, que contam com o ensino público e a divisão nos ciclos fundamental, médio e superior, além da ruptura entre Igreja e Educação, essa agora ficava nas mãos do Estado (SANTOS, 2012). Além das contribuições de Lutero, o protestantismo desenvolveu outras inovações pedagógicas ao longo do tempo, que podem ser encontradas no ensino atual. Schulz, 2002 apud Reis et al. (2016) aponta algumas das inovações pedagógicas do protestantismo no ensino moderno:

    Primeiros a usar recursos audiovisuais;

    Primeiros a usar educação em sala mistas para ambos os sexos;

    Criação do jardim de infância, os kindergarten;

      Uso do chamado método indutivo, o estudo em silêncio;

      Experiências em laboratórios;

      Nova forma de disciplina;

      A escola como ambiente alegre e cooperativo;

      A prática organizada de esporte;

      Preocupação da preparação para a vida, para isso, cursos profissionalizantes;

      Atividades extraclasse;

      Preocupação de aplicação imediata do ensino ou conhecimento;

      Nova forma de avaliação e outros (SCHULZ, 2002, p. 51 apud REIS et al., 2016, p. 30)

      Foi possível constatar através dessa seção que a Reforma Protestante possui muitos reflexos nos dias atuais, seja no campo da religião, abrindo espaço para que nossas religiões cristãs se desenvolvessem, como também na economia, permitindo o desenvolvimento do sistema capitalista, e na educação, oferecendo novos modelos educacionais e inovações pedagógicas.

      CONCLUSÃO

      A presente revisão objetivou analisar o que é a Igreja e como ela se desenvolveu, para então compreender o que foi a Reforma Protestante, seus motivos e seus reflexos no mundo atual.

      A Igreja foi fundada a cerca de dois mil anos atrás por Jesus Cristo, como indica os estudos nessa temática, sua trajetória foi dividia em seis grandes períodos, começando com sua fundação, passando por momentos como sua perseguição, a reforma protestante, e chegando aos tempos atuais, e sua missão é espalhar a palavra do Cristianismo.

      Quanto as motivações da Reforma Protestante, considera-se a principal de cunho religioso, isso porque a Igreja Católica possuía muito poder e influência na sociedade e política na Europa, e junto com esse poder e influência vinham muitos abusos contra a população, e afastando-se cada vez mais dos princípios do cristianismo. Mas além das motivações religiosas, motivos de cunho político e econômico também influenciaram na reforma, isso porque a Igreja Católica entrou em conflito com a monarquia e a burguesia, responsáveis pelo cenário político e econômico da época.

      Assim, a Reforma Protestante veio com o objetivo de reformar o cristianismo, passando a fundamentar a religião nos ensinamentos da Bíblia, quebrando a autoridade de papas e outras figuras da Igreja Católica. Dessa forma, a Reforma Protestante não mudou apenas o cenário de sua época, mas o mundo moderno também, que carrega até hoje reflexos dessa reforma, presente tanto na religião como também na economia e educação atuais.

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      Por: Pr. José Ricardo – Presidente ADPL